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O que é cringe? Entenda o meme e saiba por que é assunto de vestibular
Brega, cafona, “uó” ou simplesmente “cringe”. O meme em torno da palavra derivada do adjetivo em inglês “cringey” parou a internet nos últimos dias e criou um verdadeiro conflito de gerações nas redes sociais. Isso porque “cringe” passou a ser usada pelos jovens da geração Z (nascidos entre o final dos anos 1990 e os anos 2010) para classificar como “antiquados” alguns hábitos e comportamentos dos millennials (nascidos entre 1980 e 1995).
Os millennials, atingidos pelas críticas, partiram para a desforra e viralizaram seus comportamentos “cringes” na internet. Calça skinny, Harry Potter, sapatilha de bico redondo, Sandy e Junior, tomar café da manhã, falar “boleto” e usar emojis estão na interminável lista. Enquanto isso, os integrantes da geração X (nascidos entre 1960 e 1980) e Baby Boomers (nascidos entre 1940 e 1960) assistiram à polêmica de camarote, com serenidade no olhar de quem sabe que o etarismo (preconceito por idade) chega para todos.
O que “cringe” tem a ver com vestibular?
Muita coisa! Em primeiro lugar, é preciso entender o contexto da palavra na língua inglesa. Anota aí: cringe é um verbo e, no inglês, era inicialmente usado para denotar uma expressão de desgosto, nojo ou “vergonha alheia”. Como adjetivo, o correto é usar cringey. Na língua portuguesa, entretanto, a palavra cringe foi apropriada para denominar um “mico”, algo que causa vergonha alheia.
Conflito de gerações e redação
A polêmica em torno do meme “cringe” pode ser usada para criar repertório para redação. Afinal, entender as diferenças entre gerações pode te ajudar a conhecer melhor o comportamento ao longo do tempo e associar o dia a dia das pessoas aos fatos históricos em diferentes épocas. A agência Rock Content definiu quais são os principais comportamentos das cinco gerações que atualmente convivem no mundo. Aprenda:
_Baby Boomers (nascidos entre 1940 e 1960):_ pessoas nascidas no período pós-Segunda Guerra Mundial — um momento de reconstrução dos países envolvidos. É uma geração idealista, combativa, disciplinada e com espírito coletivo, responsável por iniciar as lutas por direitos civis e políticos. Foi com essa geração que nasceu o rock’n’roll e, com ele, o direito de ser jovem. Por outro lado, são resistentes às mudanças e priorizam a estabilidade, especialmente na carreira.
Geração X (nascidos entre 1960 e 1980): Muito embora mantenham as características dos Baby Boomers, como a busca pela estabilidade na carreira, a disciplina e o respeito pela hierarquia, a geração que cresceu em meio à Guerra Fria é menos otimista que seus antecessores e bastante descrente em relação a autoridades e governantes. Além disso, tendem a ser individualistas e consumistas.
Geração Y ou Millennials (nascidos entre 1980 e 1995): A última geração que conheceu um mundo sem internet cresceu com as transformações causadas no mundo por fenômenos como a informática e a globalização. Se adaptam rapidamente às mudanças e estão sempre em busca de inovação. Valorizam menos a estabilidade e mais a paixão, a ousadia e a experiência. Conectados, constroem e participam de redes de relacionamento que reafirmam os seus valores e ideais. São também cidadãos globais transformados pelo fácil acesso à internet. Por outro lado, são imediatistas e enfrentam a ansiedade, um dos grandes problemas dessa geração.
Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010): essas pessoas nasceram em um mundo conectado e cresceram com um celular na mão.Não à toa, são chamados de“nativos digitais”. Não fazem distinção entre o mundo online e offline e caracterizam-se também por serem ágeis, multitarefas e capazes de absorver uma grande quantidade de informações. Outro dado importante: são ativistas e bem mais dispostos a se engajarem em causas ecológicas, em defesa de minorias ou sociais. Movimentos contra a homofobia, racismo, machismo e xenofobia, entre outros, são temas importantes para essa geração.
Geração Alpha (nascidos após 2010): essa provavelmente é a geração do seu irmão mais novo ou priminhos. Ainda não há estudos conclusivos sobre essas pessoas que estão nascendo e crescendo em meio à pandemia de Covid-19. O que se sabe, porém, é que podem ser suscetíveis ao atual momento de polaridade e extremismo. Com muita certeza, essa geração será marcada pela relação com a inteligência artificial e a tecnologia.
Linguagem formal x linguagem coloquial
O termo “cringe” com certeza entrou para a lista de gírias da atualidade. Isso nos lembra que a mudança de vocabulário acompanha as transformações do mundo e mostra o quanto a língua é viva e se adapta ao momento em que vivemos. Não à toa, em outros tempos, cringe significava “pagar mico” ou “ó do borogodó”.
As gírias fazem parte da chamada linguagem coloquial e cabem muito bem em conversas descontraídas e informais. Na redação do vestibular ou do ENEM, por outro lado, é recomendável seguir a norma culta que caracteriza a linguagem formal. Dessa forma, você evita que seu texto seja mal interpretado, facilita o entendimento das suas ideias pelos corretores e ainda indica que tem bom domínio de vocabulário. Se o uso da gíria for necessário, é bom lembrar que o termo deve vir entre aspas.
Bons estudos!